quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Crise

Chegou hoje à minha caixa de correio electrónico um e-mail que relatava os vencimentos dos gestores mais bem pagos de Portugal, mas no final foi feito o seguinte comentário, que achei necessário partilhar, cá vai:

"
Cá vai um importante contributo, que o Ministro das Finanças não continue a fazer de nós parvos, dizendo com ar sonso que não sabe em que mais cortar.


Acabou o recreio e o receio!

Este e-mail vai circular hoje e será lido por centenas de milhares de pessoas. A guerra contra a chulisse, está a começar. Não subestimem o povo que começa a ter conhecimento do que nos têm andado a fazer, do porquê de chegar ao ponto de ter de cortar na comida dos filhos! Estamos de olhos bem abertos e dispostos a fazer -quase-tudo, para mudar o rumo deste abuso.

Todos os ''governantes'' [a saber, os que se governam...] de Portugal falam em cortes de despesas - mas não dizem quais - e aumentos de impostos a pagar.

Nenhum governante fala em:

1. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, etc.) dos três ex-Presidentes da República.

2. Redução do número de deputados da Assembleia da República para 80, profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias na Assembleia da República, como almoços opíparos, com digestivos e outras libações, tudo à custa do pagode.

3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º emprego.

4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares de euro/mês e que não servem para nada, antes, acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.

5. Por exemplo as empresas de estacionamento não são verificadas porquê? E os aparelhos não são verificados porquê? É como um táxi, se uns têm de cumprir porque não cumprem os outros? e se não são verificados como podem ser auditados?


6. Redução drástica das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais, numa reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira, em 1821.

7. Redução drástica das Juntas de Freguesia. Acabar com o pagamento de 200 euros por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e 75 euros nas Juntas de Freguesia.

8. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem verbas para as suas actividades.

9. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País;.

10. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento das horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias e até, os filhos das amantes...

11. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado e entes públicos menores, mas maiores nos dispêndios públicos.

12. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado a compras, etc.

13. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e respectivas estadias em Lisboa em hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes que vivem em tugúrios inabitáveis.

14. Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos por nós) que nunca está no local de trabalho. Então em Lisboa é o regabofe total. HÁ QUADROS (directores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES, QUE NÃO NOS DÁ COISA PÚBLICA.


15. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que servem para garantir tachos aos apaniguados do poder - há hospitais de província com mais administradores que pessoal administrativo. Só o de PENAFIEL TEM SETE ADMINISTRADORES PRINCIPESCAMENTE PAGOS... pertencentes ás oligarquias locais do partido no poder.

16. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar.

17. Acabar com as várias reformas por pessoa, de entre o pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.

18. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP.

19. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e Quejandos, onde quer que estejam e por aí fora.

20. Acabar com os salários milionários da RTP e os milhões que a mesma recebe todos os anos.

21. Acabar com os lugares de amigos e de partidos na RTP que custam milhões ao erário público.

22. Acabar com os ordenados de milionários da TAP, com milhares de funcionários e empresas fantasmas que cobram milhares e que pertencem a quadros do Partido Único (PS + PSD).


23. Assim e desta forma, Sr. Ministro das Finanças, recuperaremos depressa a nossa posição e sobretudo, a credibilidade tão abalada pela corrupção que grassa e pelo desvario dos dinheiros do Estado.

24. Acabar com o regabofe da pantomina das PPP (Parcerias Público Privado), que mais não são do que formas habilidosas de uns poucos patifes se locupletarem com fortunas à custa dos papalvos dos contribuintes, fugindo ao controle seja de que organismo independente for e fazendo a "obra" pelo preço que "entendem".

25. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito, perseguindo, confiscando e punindo os biltres que fizeram fortunas e adquiriram patrimónios de forma indevida e à custa do País, manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controlo, e vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o progresso do país e para a assistência aos que efectivamente dela precisam;

26. Controlar rigorosamente toda a actividade bancária por forma a que, daqui a mais uns anitos, não tenhamos que estar, novamente, a pagar "outra crise".

27. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo com que paguem efectivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida.


28. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas pelos ditos.

29. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu património antes e depois.

30. Pôr os Bancos a pagar impostos.


NOTA:
O texto acima não foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.



Cumprimentos

Aristides Madureira"

domingo, 5 de junho de 2011

teste à hipocrisia

As eleições de hoje serão nada mais do que um teste à hipocrisia do povo português. Já há muito o nosso pais sofre de hipocrisia, desde o momento em que critica até ao momento em que, em dia de eleições em vez de se dirigir às mesas de voto, prefere ignorar um dia que pode ser decisivo. Por outro lado, quando lhes é retirada alguma das suas regalias, são os primeiros a levantar-se para ir para às ruas manifestar. Tenho pena que assim seja, e não generalizo, porque mesmo assim verifica-se um facto de valor nos últimos anos, são as gerações jovens as que mais têm entendido a importância de votar, mesmo que seja um voto branco. Tem de ser compreendido que mais importante que manifestar, é votar! Esse sim é um verdadeiro manifesto do descontentamento, seja socialismo, comunismo, social democracia ou até branco.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Estado Doente

O nosso Estado está doente há uma serie de anos, não é coisa recente, a crise não é um fenómeno que se deu no momento em que o Sr. José Sócrates assumiu o cargo de Primeiro - Ministro. A situação em que estamos hoje inseridos é resultado da vida desafogada que o país se tem dado ao luxo de viver, o que se confirma mesmo depois de se ter consciência que os tempos actuais estão difíceis, ao ponto de até termos de solicitar ajuda externa. Contudo, não é por isto que se deixa de dar tolerância de ponto aos funcionários públicos e como tal se deixa de ter prejuízo de 20 milhões de euros. Tal leva-me a acreditar, que o que os portugueses mesmo gostam e em especial os governos é de desafios, daí não pararem de tentar aumentar a divida nacional, ou até chego a acreditar que o nível de produtividade cada vez mais baixo deve ser um objectivo a atingir.

Mas deixo-me de ironias, o que venho aqui realmente partilhar são uns deliciosos números que descobri ao ler “O Estado a Que o Estado Chegou”, uma obra que retrata o verdadeiro Portugal em que vivemos, que foi fruto de uma investigação profunda do Diário de Noticias (aconselho). Ainda só vou nas primeiras páginas mas já pude constatar que o Estado português financia por volta de 14000 instituições e não sabe nem da existência de um terço delas, sendo que apenas 10% são fiscalizadas. Esta foi a primeira delicia, agora a minha preferida é mesmo esta, algumas das actividades onde o Estado gasta o seu “imenso” dinheiro: em publicidade, cerca de 28 milhões de euros, é a quantia que o Estado gasta para promover as suas iniciativas; em viagens, cerca de 15 milhões de euros tanto em Portugal como é claro para o estrangeiro; em concertos do Tony Carreira, estes custaram ao Estado uns fabulosos 600 mil euros!! Entre outra delicias, como carros, tapetes de Arraiolos ou até mesmo rebuçados (6960€)!!!

Posto isto começo a questionar ,serão estes gastos estritamente necessários ou meros luxos a que o Estado se dá, contribuindo vivamente para o aumento da dívida portuguesa? A culpa não é só da pobre mentalidade portuguesa é claro, talvez o Estado também tenha de amadurecer e encarar a crise como um problema de facto sério. Só espero é que após intervenções externas e possíveis recuperações as coisas não voltem à estaca 0.

domingo, 13 de março de 2011

hipocrisia à rasca

É certo que viver desempregado, sem a menor hipótese de emprego em Portugal não é justo, ou que trabalhar ou estagiar sem receber também o é, e até admito que receber um ordenado a recibos verdes é igualmente vergonhoso. E de quem é a culpa? a questão em Portugal é sempre a mesma meras acusações, apontamos todos o dedo, mas no fundo ninguém concretiza nada, e por mais que critiquem o Sócrates, ele lá continua (note-se que mesmo que ele de la saia os problemas vão continuar). Realmente o mais confortável é depositar as culpas nos partidos políticos e em especial no Primeiro-Ministro, mas será o português capaz de alguma vez admitir que a situação rasca que vivemos é também culpa sua, que pouco produz e que há mais de 30 anos apenas exige regalias e pouco quer dar em troca, e sim num país como o nosso é necessário trabalhar o dobro ou triplo do que outros países têm.
Antes de apenas protestar e apontar o dedo há que deixar de lado a hipocrisia e admitir que mesmo que mínima a culpa é capaz de também ser um pouco nossa.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Orgulho e Preconceito

Dou por mim a pensar qual dos dois será pior, qual dos dois mais influência as nossas decisões diárias. O quanto nos prejudicam os nossos juízos de valor diários, sim porque todos o fazemos, o quanto o nosso amor próprio nos pode tornar egoístas em alguns pontos, e o quanto isso pode ser bom e mau ao mesmo tempo.

Se o orgulho é um conceito exagerado que alguém faz de si próprio, como pode por vezes ser bom? É claro que pode, mas depende das circunstâncias, é por termos o nosso orgulho que não nos passam por cima todos os outros, mas não terão esses outros demasiado orgulho? Correndo agora para o preconceito, só pelo nome parece pior! Consideramos preconceito um conceito que fazemos antecipadamente e sem o menor fundamento razoável, muitas vezes este é apenas baseado na imagem ou mínimas atitudes que retiramos de alguém. Em tempos o “cliché” dos preconceitos era considerarmos alguém melhor ou pior consoante a raça e o pais, inicialmente era melhor ou pior se fosse branco ou preto, acho que posso afirmar que esse preconceito evoluiu e hoje é melhor ou pior aquele que é cigano, árabe, americano ou russo. Em nenhuma destas circunstâncias podemos considerar o preconceito como uma coisa boa, mas não será em todas as situações, não podemos ser generalistas, é muitas das vezes o nosso julgamento em relação a alguém que nos salva de situações piores, e até costumamos dizer que o primeiro julgamento é sempre correcto, o que note-se, nem sempre é verdade!

O fascinante do orgulho e do preconceito é que estão intrínsecos em todos os aspectos da nossa vida, seja no amor, na saúde, a nível mundial, pessoal, etc.. O que retiro daqui é que nunca podemos evitar ser orgulhosos ou preconceituosos, até porque o preconceito é algo que se faz automaticamente e o orgulho o mesmo, somos orgulhosos sem nos apercebermos que o estamos a ser, porém podemos evitar ser demasiado preconceituosos e orgulhosos.

Não consigo por isso evitar em relacionar com o problema português que seguramente acaba por envolver o orgulho e o preconceito em demasia, orgulho de uma revolução que já tem mais de 37 anos e o preconceito em relação à evolução que se tenta institucionalizar e que em circunstância alguma, para os portugueses no geral, pode ser melhor que medidas institucionalizadas pelo Cavaco Silva, Mário Soares ou Guterres (sejam lá aquelas que este último possa ter implantado).

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Que Direito?

Diz a Constituição que o Estado deve ter como bases a liberdade e a igualdade, considerados direitos fundamentais. Contudo olhamos para o caso de Barrancos e nem um pestanejar, tudo se critica, todos se apontam, mas as medidas necessárias não são tomadas.

Fará sentido existir uma lei especifica para determinada região de Portugal (alguns chamam-lhe lei especial), e para o resto do país vigorar uma lei mais geral completamente contrária a esta dita especial? A meu ver, segundo os fundamentos de um Estado que se diz social deviriam ser respeitados os seus princípios, nomeadamente a igualdade. Se para determinada região é permitido matar o touro, então deve ser permitido em todas as regiões do país.

Argumento que não aceito é o de que "trata-se de uma região mais próxima de Espanha, o costume tem um grande peso, estamos perante um costume contra-legem”, que seja costume contra-legem, mas para todos e não apenas para as regiões fronteiriças.

Seja o Governo socialista ou social democrata, conformista ou liberal, deve ser entendido que apesar de o assunto ter sido discutido, como todos os assuntos são discutidos em Portugal, isto é revestidos de muito dramatismo, nenhuma medida foi tomada, nada foi feito e nada será feito.

Certamente o exemplo de Barrancos será um em muitos exemplos de como se faz Direito em Portugal, facto este que nunca irá mudar independentemente dos governos que possam existir.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Guerra Eterna

É na minha opinião triste constatar que a maior guerra mundial de sempre, a religião, tem na sua bases meras lendas ou histórias não certificadas. Hà milhares de anos atrás alguns indivíduos decidiram compilar estas histórias, que podem ou não ter acontecido, e assim nasceram livros sagrados, que deram origem a uma das maiores guerras, senão a maior, que não tem qualquer hipótese de algum dia ver o seu fim.

Não defendo o islamismo nem o cristianismo, nem nenhuma outra religião, defendo a mútua compreensão e aceitação (poucas vezes acontece). Note-se que os chamados fundamentalistas islâmicos se limitam a cumprir estritamente a sharia, as leis islâmicas integradas no Alcorão. Ou seja, os islamitas limitam-se a obedecer ao Alcorão, tal como fazem os cristãos ao obedecerem à Bíblia, a diferença aqui é a de que o livro sagrado islâmico, aos olhos das regras mundiais, é incrivelmente brutal e contra tudo aquilo que consideramos de acordo com os Direitos Humanos, enquanto que o cristianismo ou as suas vertentes , é acolhido por quase todos.

Mas analisando de uma outra perspectiva, o que será mais triste? Os islâmicos obedecerem ao Alcorão e assim fazendo a guerra contra todos os “infiéis” ou os cristãos não obedecerem à Bíblia e assim abraçando a mesma guerra? A meu ver ambas os factos são péssimos, mas a hipocrisia católica não pode ser ignorada, tal como a violência islâmica. Devo assim destacar que, é igualmente triste ignorar-se esta hipocrisia católica e apenas censurar-se a violência islâmica.

A diferença que reside entre os países islâmicos e os católicos é a liberdade. Mas olhando paras as recentes revoluções da Tunísia que se espalharam a muitos dos países vizinhos que agora cercam Israel, não significará a tão esperada real democratização, sem limites, destes países? Ou estas revoluções significam apenas o agravamento de problemas bastante sensíveis, como a aceitação de Israel enquanto Estado, pelos restantes países do Médio Oriente, estarão em causa mais de 30 anos de paz?

Não basta assim por a culpa em cima dos fundamentalistas islâmicos e católicas, a própria religião apresenta-se ao mundo como um bicho ao qual devem ser impostos limites, que mesmo que sejam, nunca vão ser respeitados, porque vão sempre existir os fundamentalistas islâmicos e os interesseiros ocidentais. Guerra Eterna…